sábado, 23 de abril de 2011

O que É uma Exposição Espírita
A Exposição Espírita pertence ao campo da comunicação, assim como o discurso, a conferência, a aula, o canto, a conversação. É um instrumento importante para expor um pensamento, uma idéia. No caso, um instrumento destinado ao público. É falar em público e falar ao público. Por isso, é urna arte. E toda arte deve merecer ser cultivada. A prática conduz á perfeição.
O Espiritismo leva ao progresso intelecto-moral do ser humano. Melhorando o indivíduo, pode fazer que haja na Tema mais solidariedade e paz. Religião da fé raciocinada, seus princípios básicos precisam ser compreendidos para, então, se traduzirem em vivência.
Eis porque, todo espírita esclarecido, além de estudar a Doutrina e se beneficiar com suas luzes, também procura divulgá-la.
Finalidade
Com a Exposição Espírita podemos:
  1. Informar
  2. Esclarecer
  3. Conscientizar
O uso constante de boas palestras espíritos têm favorecido de forma apreciável, a divulgação da Doutrina.
A importância da Palavra Falada na Divulgação
O espírita faz divulgação doutrinária quando, nas conversas informais em família ou na sociedade o ensejo surge oportuno e apropriado.
Para divulgar o Espiritismo no movimento espírita, o falar em público é fundamental. Tanto na orientação aos que chegam ao Centro, como em aulas, preleções, seminários ou, ainda, nas apresentações artísticas e outras atividades em que as idéias espíritas são transmitidas aos assistentes.
Pela tribuna espírita, a mensagem doutrinária chega, diariamente, ao grande público, nos milhares de Centros e grupos existentes neste nosso Brasil.
1 - Quem é o Expositor Espírita:
Pode afirmar-se, sem erro, que o expositor é o comunicador da Doutrina.
É o divulgador dos seus postulados. É o instrumento humano utilizado de forma consciente para a multiplicação da mensagem cristã.
Três pontos básicos são reclamados:
a) Interesse pela tarefa.
Não apenas interesse, mas também dedicação e respeito. Sobretudo, amor. Ninguém poderá desempenhar bem essa tarefa se não amá-la.


b) Estudo.
O expositor necessita constantemente ler, analisar, estudar e aprofundar-se nos assuntos doutrinários, participando do Movimento Espírita, a fim de atualizar-se e adquirir novos conhecimentos. Livros, jornais, revistas, mensagens e, principalmente, as obras básicas de ALLAN KARDEC, devem ser companheiras inseparáveis do Expositor Espírita.
c) Comunicação.
O expositor deve apoiar-se no exercício constante da comunicação isto é, conversar bastante para exercitar o vocabulário. Não pode ser introvertido e fechado.
2 - Requisitos
  1. Elevação de sentimento.(não basta conhecer, é importante
  2. Espírito de aprendizagem
  3. Senso de auto-crítica
  4. Simplicidade e sobriedade
  5. Dedicação á atividade espírita (possuir espírito de serviço á causa e aos companheiros)
3 - A meta a ser alcançada
Compreensão da vida e dos problemas humanos. (sentir profundamente)
Tipos de Expositores
Todo aquele que expõe um assunto qualquer para um determinado público, seja este numeroso ou não, é um expositor.
De acordo com a forma em que faz a sua exposição, o expositor pode ser classificado como:
Professor - Faz a exposição tipo aula. Dele se exige: máximo de objetividade, explicação didática e o mínimo de floreios literários.
Orador - É o poeta da exposição. Dele se espera: eloqüência, arrebatamento e magnetização de massas.
Palestrador - Espécie de fusão entre professor e orador. Alterna características de um e de outro. Quando se inflama, passa para a oratória; dela, pode descer à explicação didática. É o tipo de expositor mais adequado para a divulgação doutrinária que usualmente se faz na casa espírita.
Qualidades que se deve ter para usar a Tribuna
Para o público ouvinte, o expositor espírita representa o próprio Espiritismo bem como o movimento espírita. Assim, tudo que o expositor disser ou fizer repercutirá, ante o público, em favor ou descrédito para a Doutrina e a coletividade espíritas. Se realiza bem o seu trabalho, consegue, junto ao público, os objetivos visados pela divulgação doutrinária. Se sua atuação se ressente de graves falhas (doutrinárias, morais ou técnicas), deixa de agradar aos ouvintes, não lhes passa a mensagem espírita correta mente e não os motiva ao progresso moral.

Portanto, não basta ter boa vontade para alguém poder usar a tribuna espírita. É preciso que:
  • suas idéias sejam concordes com a Doutrina Espírita;
  • a sua moral seja respeitável; e
  • tenha alguma técnica para falar em público.
Somente devemos confiar a tribuna espírita a pessoas que para isso estejam capacitadas, pessoas cujo trabalho já conhecemos e sabemos ser bom ou que nos foram recomendadas por confrades dignos de confiança.
Esta simples cautela previne e evita que ocorram prejuízos doutrinários e situações embaraçosas, no uso da tribuna na casa espírita.
O Conhecimento Doutrinário
Que idéias vamos divulgar?
Quando se fala em público, queremos: atrair, interessar e convencer os que nos rodeiam para as NOSSAS idéias.
Na seara espírita, porém, o objetivo, ao falar em público, é atrair, interessar, informar e convencer ao público sobre as IDÉIAS ESPÍRITAS, para levar os ouvintes a agirem de acordo com essa orientação.
Portanto, o expositor espírita tem de estar corretamente informado do conteúdo da Doutrina Espírita, conhecendo, ao menos, as obras básicas do Espiritismo (a codificação kardequiana).
Quando o expositor espírita não tem bom conhecimento doutrinário básico, pode ocorrer de, por exemplo:
  • dar um sentido falso do que seja o Espiritismo (dizer que a Tema é um "vale de lágrimas"; dar mais importância ao fenômeno mediúnico que à doutrina, etc. )
  • provocar reações hostis ao Espiritismo ou ao movimento espírita por fazer comparações ou referências infelizes a pessoas ou religiões. Se todo o espírita deve estudar com afinco e sempre a Doutrina que esposa, mais ainda o deve fazer aquele que se propõe a divulgá-la pela palavra.
Mesmo o expositor que já conhece bem a Doutrina Espírita deverá continuar a estudá-la, buscando conhecer assuntos, fatos e técnicas e atualizar-se constantemente, pois "Quem expõe se expõe" e "Exercitar-se é aprimorar-se".
Neste curso, não visamos ministrar estudos doutrinários, no pressuposto de que os que dele participam já se encontrem razoavelmente preparados nesse aspecto.
A Conduta Moral
O Espiritismo é uma Doutrina que nos leva, pelo entendimento, à reforma do nosso eu, do nosso íntimo, na direção de uma conduta moral respeitável numa vivência cristã.
Se o expositor é espírita, deve se comportar de acordo com o conhecimento doutrinário que possui.
Kardec diz que se reconhece o verdadeiro espírita “pela sua transformação moral e pelos esforços que faz para domar as suas más inclinações".
"Não faço preleções em torno do bem, porque carrego muitas faltas..
Eis o engano.
Aguardar a perfeição para indicar o bem impedirnos-ia de apregoá-la, de vez que, por enquanto, ninguém existe perfeito sobre a Terra.
Se as tuas palavras de amor no conjunto, ainda não se refletem todas as qualidades e sentimentos, pondera que, ensinando, aprendemos, e que, apontando roteiro correto aos outros, somos especialmente obrigados à retidão.
(César Gonçalves, "Falsas Idéias” do livro 'Seareiros de Volta' [ psicografado por Waldo Vieira, edição FEB )."
Assim, o expositor espírita não pretenderá ser santo mas será alguém sinceramente empenhado em manter um bom padrão moral e uma vi vência cristã. Afastar-se-á dos vícios (mesmo os mais corriqueiros, como o de fumar), cumprirá seus deveres no lar, na vida em sociedade, no Centro, tendo como lema "Trabalho, Solidariedade e Tolerância".
De outro modo, o seu exemplo mau anulará a sua palavra, por mais brilhante que ela seja. Poderá, ainda, lançar descrédito sobre a moralidade dos espíritas em geral e a dúvida quanto à eficiência da Doutrina na moralização da humanidade.
Todos os recursos e técnicas de exposição poderão malograr, caso o expositor não pratique o que pregue.
A principal pregação é a do exemplo.
A Técnica da Exposição Oral
Geralmente, qualquer pessoa que fala pode fazê-lo em público, bastando que:
  • se determine a tal ;
  • vença alguns bloqueios;
  • se exercite na oratória, que é a arte de discursar, corrigindo alguns defeitos.
A Técnica de Exposição somente procura:
  • aperfeiçoar o talento de quem o tem (às vezes mal canalizado e se perdendo sem maior aproveitamento);
  • mostrar os obstáculos mais comuns e como podem ser superados.
Aprender a falar para o público será algo forçado, que tire a espontaneidade e autenticidade do expositor espírita?
Pelo contrário, é até um dever para quem pretende contribuir na difusão doutrinaria oral. Como qualquer orador, o expositor espírita, se tiver bases de recursos e técnicas para a colocação de sua mensagem, por certo obterá melhores resultados.
No movimento espírita, é imenso o campo para se desenvolverem as potencialidades comunicadoras. E realizar sempre "o melhor possível" deve ser o lema do divulgador do Espiritismo.


Técnica e amor
Na oratória, a clareza e a simplicidade devem caminhar a par com a objetividade e o conhecimento do assunto. E com a sinceridade de quem fala.
Sem um pouco de amor no coração, você transmitirá a aridez da alma. Um computador também transmite mensagens. Mas fale com o coração e, por certo, suas palavras encontrarão eco nos corações.
"...quanto ao uso da palavra, por ser o maior veículo de comunicação entre os homens, há necessidade de muito equilíbrio e sensatez quando usamos do verbo para nos comunicar, pois que quando falamos podemos construir ou destruir. É mister que haja sinceridade e fraternidade no coração, para que o pensamento ao traduzir-se em palavras, não se vista da falsa humildade que não convence, da exigência que deprime. Falemos com doçura às pessoas, sem dramas ou pieguismos, mas de forma a traduzir equilíbrio, pois que assim conversando edificaremos, não nos esquecendo nunca de que podemos enganar aos homens, mas a Deus ninguém engana". (Autor não identificado)
Considerações Gerais
Falar em público é uma habilidade desenvolvida no decorrer do tempo, através de trabalho disciplinado e persistente.
A angústia vocal é o grande inimigo de quem fala. É uma perturbação emocional causada por fenômenos gerais e psíquicos. Demonstra também o sentida de responsabilidade de quem fala em público. É fundamental que o expositor desenvolva os seguintes aspectos:
  1. Domínio de si Mesmo
É preciso aprender a dominar a si mesmo. Para a maioria das pessoas, a simples perspectiva de fazer uma palestra basta para deixá-las nervosas e inseguras. E o que o palestrante pensa antes de iniciar sua apresentação a respeito de si próprio como expositor terá efeito determinante em seu desempenho. Suas imagens mentais, ou seja, como se visualiza falando e como visualiza o auditório, irão m n 1 d a r o seu comportamento. Par isso é importante desenvolver a autoconfiança, aquela segurança intima de que realmente pode realizar sua tarefa de forma satisfatória. Muitas vezes, precisa lutar, com fé e coragem, contra determinadas situações mentais, como por exemplo:
  1. Quadros Mentais
Há pessoas que acreditam mais no fracasso do que no sucesso. A tendência é pensar mais ou menos assim: "não vai ser fácil. Acho que não irão gostar da minha apresentação. E se der um branco? Não deveria ter aceitado esse convite, Onde eu estava com a cabeça?,,,etc.
Soma-se a isso a respiração acelerada e uma postura retraída. Depois de toda essa carga negativa, como esperar sucesso? Aquilo que se planta é n que se colhe. Por isso, coloque coisas boas em sua mente. Você é n dono dos seus pensamentos e pode pensar naquilo que você quiser. Assuma o comando. Visualize-se mentalmente falando com entusiasmo e determinação, sendo claro e convincente na sua apresentação, Visualize o auditório atento, interessado em sua mensagem.



  1. Erros de Percepção:
Outro aspecto que deve ser observado é que os expositores raras vezes parecem tão assustados como se sentem. A imagem que ele pensa que transmite aos ouvintes não é real. Ele pensa que todos estão percebendo seu total nervosismo, porém, isso não ocorre, ou seja, seu nervosismo é bem mais "interior" do que "exterior".
É fundamental reformular essa percepção equivocada, pois ela tem influência determinante no comportamento do palestrante.
  1. Medo do Desconhecido
O temor ao desconhecido, ao inusitado, também não deixa de ser uma experiência normal, comum, que indica que somos iguais á maioria das pessoas.
Mesmo os expositores mais experimentados sentem uma carga de tensão ao iniciar sua apresentação. A diferença é que, após certa experiência, o expositor, ao invés de se deixar abalar pela tensão, transforma-a numa carga adicional de energia que o torna mais enfático e enriquece sua expressão. Cabe ressaltar, também, que o público normalmente torce pelo êxito do palestrante.
Atitude Psicológica
O público quer ouvir As pessoas sempre estão curiosas e desejosas de conhecer ou aprender alguma coisa, para viver melhor.
Por isso, qualquer que seja o gênero oratório, o orador sempre terá ouvintes para a sua mensagem.
O público que procura o Centro está desejoso de ouvir uma boa mensagem espiritual. E nós temos a excelente Doutrina Espírita para lhe oferecer.
Seja Natural
Quem se levanta para falar em público, torna-se nesse momento a figura principal. Não é uma questão pessoal mas da função que se está exercendo nesse instante. .
Portanto, aceite a atenção geral com naturalidade.
Petulância, afetação, arrogância, empáfia, ostentação farão o público mudar a atitude receptiva 1nicial e tornar-se refratário e até hostil a você.
Seja natural, seja você mesmo. Não imite gestos, voz, fraseado ou o estilo de outro orador. Você acabará por descobrir ou criar o seu próprio estilo.
Ascendência sobre o público
O orador deve "conquistar" o auditório desde o primeiro instante (ganhar a sua confiança e estabelecer comunicação com ele), para, então, poder discorrer livremente sobre o que lhe interessa.
Como fazer isso?
  1. Goste do público e o demonstre.
Sinta que o público é uma alma coletiva e está pronto a lhe ouvir, em ambi ente de agradável expectativa.
Seja fraterno e procure despertar simpatia, mostrando-se simples e atencioso, vibrando simpatia e bondade.
  1. Deseje transmitir a mensagem
O orador que conhece o assunto e está bem preparado, sempre tem um insopitável desejo de transmitir: deve fazê-lo com o mesmo entusiasmo e interesse que o assunto lhe despertou.
Entusiasmo e interesse são contagiosos. Se você tiver interesse e entusiasmo no que está dizendo, o público se interessará e entusiasmará também.
E, nessa corrente de simpatia, o público aceitará melhor as idéias e você terá melhores condições de expor seu tema.
  1. Confie em si mesmo
Seja modesto mas não tímido. O público espera que você lidere a ação, já que está com a palavra. Se o orador não demonstrar confiança, como pretender conquistar o auditório?
Como o lavrador olha a terra, quando semeia, o orador, igualmente, deve olhar com confiança para a assistência, ao proferir as primeiras palavras.
Procure, principalmente, fixar-se mais no que tem a dizer do que em você mesmo, pois o auditório está mais interessado na sua mensagem do que em você mesmo.
Antes de falar:
  1. faça uma prece (mentalmente ). Ela lhe dará sintonia com os Amigos do Alto. Apoiado na oração e com seu desejo de doação íntima e confiança no seu esforço, você conseguirá a descontração ideal (inclusive muscular).
  2. ponha-se em boa disposição mental, dizendo para si mesmo:
  • Tenho necessidade de falar.
  • Para quê? Gosto de expor minha idéia e já demonstrei vontade de falar. E tenho uma excelente doutrina para expor.
  • Estas pessoas estão aqui com gosto para ouvir-me.
  • É uma boa oportunidade que se me oferece.
  • Devo aproveita-la o mais possível. Quanto mais falar, mais me desenvolverei.
  • Por que receio? Não é difícil falar sobre o que conheço. Estou familiarizado com o assunto.
  • Sei como dizê-lo para transmitir o que sinto e se passa em minha alma.
  • Como estou começando, sinto agora certa dificuldade, que irá desaparecendo em seguida, como treino.
  • Vou falar com firmeza e naturalidade. Não vou imitar ninguém. Falarei com voz clara, pausadamente e boa dicção. E vou falar com entusiasmo, para atrair e interessar.
  • Vou dirigir-me à assistência com um ar saudável e de confiança.
  • Gosto de falar a amigos. Por que não falarei a muitos amigos?


Condições Espirituais
- Cultivo da humildade
O expositor deve acolher com respeito e humildade toda crítica, procurando avaliar cuidadosamente o seu trabalho e, assim, melhorar cada vez mais a tarefa que lhe cabe. Procurará reagir, com todas as suas energias, contra os elogios descabidos, para que a vaidade não lhe venha toldar o próprio campo de ação.
Nunca deve julgar-se imprescindível ou privilegiado, criando exigências ou solicitando considerações especiais. Porém,não deve fugir às oportunidades que lhe forem oferecidas, aceitando-as com espontaniedade e naturalidade,
- Respeito ao próximo e trato fraterno
O respeito ao próximo fará com que o expositor mantenha a compostura em todo o sentido. Procurará dirigir-se ao auditório com simpatia e fraternidade. Os ouvintes sentem quando aquele que lhes fala transmite, além de sua inteligência, o seu coração. Essa maneira de ser e de agir apresenta, dentro dos objetivos da Doutrina, alta significação espiritual.
- Serenidade
O expositor deve manter-se tranqüilo e confiante, dominado pela certeza de que está a serviço do amor e da verdade.
- Fé e entusiasmo
Uma palestra realizada friamente, sem animação, sem vivacidade, não convence ninguém. O expositor entusiasta fala animada e fervorosamente; suas frases são vigorosas, ardentes, afirmativas.
O expositor de fé, aquele que acredita firmemente no que prega, tem convicção que está transmitindo ensinamentos relevantes àqueles que o ouve.
E como fala com o coração trasbordante de fé luminosa e pura, sabe ser natural e entusiasta, impregnado daquela força que o ideal superior e a assistência dos Bons Espíritos lhe transmitem. Por isso, deve evitar dizer o que não sente, o que não está em seu coração. A confiança no que sente e no que diz infunde aos outros confiança.
"Aplicar os princípios da caridade no total das nossas obrigações".
- Vivência daquilo que prega
Não se pode exigir que o expositor seja uma criatura perfeita, pelo simples fato de que esteja sendo instrumento de difusão da Doutrina Espírita e das sublimidades do Evangelho. A criatura humana, em sua generalidade, ainda se caracteriza por muitas imperfeições. Porém, á necessário que aquele que prega a Doutrina empregue os maiores esforços para dar exemplo daquilo que ensina. Logo, deve procurar ser coerente na sua maneira de sentir, de pensar, de agir.
"Reconhece-se o verdadeiro espírita pela sua transformação morai e pelos esforços que emprega paradomar suas inclinações más" (O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO - Cap. XVII, item 4).
O expositor, em sua vida diária, deve procurar ser justo e praticar a bem. Terá forças interiores que se revelarão nos momentos precisos. Quem é interiormente forte, revela, através de suas expressões, a força que o anima.
- Sintonia espiritual
O trabalhador na pregação espírita deve procurar habituar-se a dedicar uma parte do seu tampo, se possível, diariamente, para a leitura de boas obras, meditações, elaborações mentais, conclusões, etc., além da recorrer á prece e procurar conservar-se em bom estado espiritual, pelo cultivo de bons pensamentos e boas ações, objetivando a sintonia canos benfeitores do Plano Espiritual Superior. E sintonia não é atividade mágica ou mecânica, mas conquista do Espírito, que demanda auto-educação sistemática e profunda.
Segundo Emmanuel, “o campo do estudo perseverante, com o esforço sincero e a meditação sadia, é o grande veículo de amplitude da intuição, em todos os aspectos” ( O CONSOLADOR - Questão no. 122).
No Trato com o Público Durante a Exposição
Certos tipos de exposição comportam ou até pedem um contato maior do expositor com o público, através de perguntas e respostas, debates, coleta de opiniões, etc.
Outras exposições, porém, seria melhor que não fossem interrompidas. Mas o público, às vezes, intervém, espontânea e inesperadamente.
O expositor espírita será sempre educado e atencioso, tanto para provocar como para acolher as manifestações do público, porque este é o "solo" em que deve trabalhar a mensagem espírita e para o qual não pode deixar de exemplificar a fraternidade da conduta cristã.
Regra geral, o expositor espírita:
  1. Responderá o que souber e acolherá o que puder, de modo que não haja prejuízo do interesse da maioria dos ouvintes, segundo o tema em estudo, nem do horário disponível.
  2. Quando não souber responder, de momento, declarará com naturalidade seu desconhecimento, propondo-se a procurar a informação para trazê-la ao grupo, posteriormente.
  3. Às vezes, uma pergunta está fora do tema mas, se o expositor der uma resposta rápida, resumindo o entendimento doutrinário a respeito, sem entrar em maiores detalhes, já deixará satisfeito a quem perguntou e poderá seguir adiante na sua exposição.
  4. Se a questão, porém, for inoportuna mesmo, porque sua explicação demandaria mais tempo ou requereria dos ouvintes maiores conhecimentos doutrinários, informar isso sucintamente; se possível, colocar-se à disposição dos interessados, para o atendimento em separado, após a exposição pública; ou indicar livros ou cursos que possam esclarecê-los a respeito. (Ex: temas polêmicos e contraditórios ante um público geral).
  5. Também é de boa técnica informar previamente ao público que, ao final da exposição se responderá às perguntas que quiserem formular. (Se assim estiver previsto no programa do orador ou do Centro).
Convém lembrar que as pessoas que intervêm inoportunamente, desconsiderando os outros, muitas vezes são:
  1. almas "difíceis", que mais precisam de compreensão c tolerância, para conseguirem permanecer na casa espírita e receber seus benefícios, a fim de se melhorarem psíquica e espiritualmente;
  2. obsidiados, de que os adversários espirituais se utilizam para procurarem tumultuar o ambiente do serviço espírita e tirar de suas vítimas a oportunidade de socorro espiritual que elas poderiam receber.
Evitar demonstrações de irritação ou impaciência, dar respostas rudes, irônicas, agressivas.
Somente quando a intervenção inconveniente do público ultrapassar o limite do tolerável, é que caberá providência de maior firmeza ou energia para o restabelecimento da ordem (mesmo assim, com equilíbrio emocional e sem violência). Se a reunião estiver sob sua responsabilidade, o expositor espírita tomará essas providências; se outros forem os encarregados da reunião e ainda não tomaram as providências devidas, solicitar-lhes que o façam.
Tipos de Público
Público Básico
Ações recomendadas
Assistidos
Apelar para os sentimentos, temas evangélicos, exemplos práticos.
Colaboradores
Incentivar o estudo permanente da doutrina, valorizando a troca de idéias, desarmar o espírito critico.
Freqüentadores
Motivar para o estudo do Espiritismo; facilitar o entendimento dos princípios doutrinários, esclarecer quanto aos benefícios que pode receber.
Simpatizantes
Dar argumentação segura e consistente; apelar simultaneamente para a razão e o sentimento.
Não espiritas
Argumentar com razão; fornecer dados concretos; não apelar, apontar depoimentos de pessoas importantes; adotar temas científicos e filosóficos.
O público masculino tende a valorizar o senso de justiça e responsabilidade. Não costuma aceitar cm o elogio do expositor e não tolera arrogância, bem excesso de humildade.
O público feminino, pôr sua vez, tende a aceitar bem elogios, gosta de poesia, de valorizar a sensibilidade e os sentimentos e o expositor pode usar mais expressividade na voz.
As características de cada tipo de público são genéricas e as ações recomendadas devem ser estudadas e adequadas a cada caso concreto. O perigo a que o comunicador não deve se expor, é cair na hipocrisia. O público percebe e passa a rejeitar seus pensamentos.
Faixa de Idade
Ações recomendadas
Infantil (7 a 12 anos)
Tempo máximo de dois períodos de 20 minutos; muitos recursos didáticos; gesticulação e ilustrações; palavras simples, concretas, de claro significado.
Adolescentes (13 a 17 anos)
Tempo máximo de 40 minutos; não forçar a argumentação; enaltecer a importância de se ter o “espírito jovem”; muitos recursos didáticos e ilustrações; exemplificar com imagens fortes.
Jovem (18 a 29 anos)
Aguçar o idealismo; demonstrar entusiasmo; falar do futuro; valorizar suas observações.
Adulto (30 a 59 anos)
Salientar a justiça e a responsabilidade; demonstrar muito interesse; demonstrar que a exposição demandou trabalho e preparação.
Maduro (+ de 60 anos)
Falar bem do passado; mostrar respeito; agir com ponderação; não esconder ou aparentar que esconde algo.
O Que Seus Ouvintes Esperam de Você
Conheça o assunto, saiba apresentá-lo de forma inteligível, mostre boa vontade, esforço e um certo “carinho” que só conseguem aqueles que gostam e acreditam no que fazem.
Tenha noção de tempo, não fuja do tema e não “encha lingüiça”.
Não interprete nenhum personagem seja você mesmo. Mostre sinceridade, distribua com generosidade entusiasmo e idealismo. Demostre segurança e tranqüilidade.
Regra dos Três Terços
Dificilmente você estará falando para um grupo homogêneo em relação ao grau de conhecimentos, e nunca falará a um grupo com as mesmas experiências e sentimentos.
Assim procure satisfazer a maioria do seu público, mesmo que apenas razoavelmente. Se dirigir sua apresentação para atingir um grupo seleto, provavelmente obterá uma avaliação ruim dos 2/3 restantes.
“O orador é responsável pelas imagens mentais que plasme nas mentes que o ouvem” (CONDUTA ESPÍRITA - A LUIZ - Cap. 14).
Planejamento da Palestra
Sinteticamente, resumiremos em cinco os passos da preparação de uma palestra espírita:
  1. ESCOLHER O TEMA ( caso já não tenha sido determinado).
  2. PESQUISAR NA BIBLIOGRAFIA DISPONÍVEL, espírita nu não, desde que idônea, o tema a enfocar, selecionando textos e páginas.
  3. ESTUDAR, metodicamente, AS PÁGINAS ESCOLHIDAS, secionando as idéias que podem servir para a palestra.
  4. FORMULAR A IDEIA MÃE, definindo a abordagem, que o tema receberá na exposição.
  5. ESBOÇAR E ESCREVER A PALESTRA, prevendo introdução, desenvolvimento e conclusão, tendo em vista a finalidade de cada uma dessas partes.
Escolher o Tema
Expositores e dirigentes encontram naturais dificuldades nesse setor. Como a Doutrina é muito ampla, a própria variedade as vezes confunde. Boa parte utiliza a seqüência de “O Evangelho Segundo o Espiritismo” e o “Livro dos Espíritos”. O expositor deve acatar sempre o tema fornecido pela instituição que o convidou. As principais fontes de pesquisa e inspiração do expositor espírita estão no quadro abaixo:
Obras da Codificação
Livro dos Espíritos (base)
A Gênese, O Livro dos Médiuns, O Evangelho Segundo o Espiritismo, O Céu e o Inferno (complementares)
Obras Póstumas, O que é o Espiritismo, Revista Espírita (auxiliares)
Bíblia
Velho Testamento
Novo Testamento
Literatura Espírita
Clássica - Léon Denis, Ernesto Bozzano, Gabriel Dellane, Camille Flamarion e contemporâneos.
Atual - Herculano Pires, Caibar Schutel, Emmanuel, André Luis.
Literatura em Geral
Literatura Universal
Autores espiritualistas (com cuidado)
Fatos históricos
Biografias de grandes personalidades (espíritas ou não)
Temas e Circunstâncias
Datas comemorativas
Finalidades específicas
Pesquisar na Bibliografia Disponível
Pesquisar - selecionar textos a serem posteriormente estudados.
  1. No índice, procurará identificar o assunto nos títulos.
  2. Encontrada a referência, irá ao texto e lerá:
    1. O primeiro parágrafo;
    2. As primeiras palavras de cada parágrafo subsequente;
    3. O último parágrafo.
Desse modo, saberá identificar o assunto com precisão, verificando se aborda ou não o tema em pesquisa. Se aprovado, bastará anotá-lo e marcá-lo, reservando-o para estudo aprofundado.
Biblioteca do Expositor Espírita
A formação da biblioteca está subordinada aos gostos e inclinações de quem a forma, como reflexo que ela é da sua personalidade e do adiantamento intelectual de seu possuidor.
biblioteca básica:
1.    OBRAS ESPÍRITAS
a.    Obras completas - Allan Kardec
b.    Obras completas - Léon Denis
c.    Obras completas - Francisco Cândido Xavier
d.    Obras completas - Ivone Pereira
e.    Obras completas - Divaldo P Franco
f.     Obras biográficas sobre vultos espíritas
g.    Demais obras da bibliografia espírita, estudando-lhe sempre, qualquer seja, o nível de idoneidade.
2.    OBRAS REFERENTES AO CRISTIANISMO E À RELIGIÃO
a.    O Novo Testamento
b.    Obras que sintetizem o pensamento doutrinário de outros credos religiosos.
c.    Obras que sintetizam a história do pensamento religioso, e em especial do Cristianismo.
d.    Obras biográficas sobre vultos do Cristianismo e das demais correntes religiosas.
3.    OBRAS ESPIRITUALISTAS E PARAPSICOLÓGICAS
4.    OBRAS VOLTADAS PARA ALÍNGUA PORTUGUESA
a.    Pequeno Dicionário da Língua Portuguesa - Aurélio B Hollanda
b.    Gramática da Língua Portuguesa - Napoleão M Almeida
c.    Obras que versem sobre a literatura brasileira e mundial
5.    OBRAS SOBRE ORATÓRIA
6.    OBRAS LITERÁRIAS
a.    Conhecer os principais autores de cada escola literária brasileira e ler suas melhores obras.
b.    Conhecer os principais autores da literatura universal e ler suas melhores obras, pesquisando, também, no caso, as melhores traduções.
Estudar as Páginas Escolhidas
Estudar é pensar, não apenas ler ou memorizar. Paulo o apóstolo recomendou “ler tudo e reter o que for bom” ( Tessalonicenses, 5:21), adentrava o espírito do ato de estudar. Será preciso, mais do que entender ou reter palavras, analisar e criticar o texto, de maneira a separar o “joio do trigo”, conforme ensinou Jesus.
Folha de Idéias
Antes de iniciar o estudo devemos tomar uma folha avulsa de papel, destinada as anotações , já visando a estruturação da palestra. Cuidado para não escrever demasiadamente na “folha de idéias”, devemos ter cuidado para diferençar IDÉIAS de PALAVRAS .
Técnicas de Leitura
Há quatro técnicas básicas de leitura
LEITURA REPETIDA
Ler diversas vezes e com atenção cada texto até certificar-se que aprendeu o(s) pensamento(s) do autor. Anote as idéias que achar interessante/proveitosa.
LEITURA SUBLINHADA
Precede-se uma leitura inicial, descontraída, visando perceber o sentido global do texto. Em seguida fazer uma segunda leitura desta vez sublinhando as palavras e frases consideradas chaves, que resumam em si o pensamento expressado em cada parágrafo.
LEITURA COM RESUMO
Aprendido o sentido global e conhecendo as idéias desenvolvidas no texto, faz-se um resumo de onde depois poderão ser retirados os pontos aproveitáveis. Este método pode ser aplicado como complemento de qualquer dos anteriores.
LEITURA COMENTADA
Com lápis e papel na mão fará o leitor a retirada das principais opiniões do autor e as comentará, citando outros textos e acrescentando idéias aos pensamentos em estudo. A arte de tecer comentários não é das mais simples. Apesar disso o expositor necessita exercitar-se nela o quanto puder, vez que falar em público não será fazer outra coisa, que não comentar. Explicar, definir, reiterar e tirar conclusões representam partes didáticas desse ofício.
Em Doutrina Espírita, um dos vícios menos recomendáveis e mais perigosos, no exercício da análise de seus textos, são as idéias próprias , o germe do personalismo. Se o Espiritismo não é dogmático e todos estão guindados ao dever de raciocinar, nem por isso poderá o corpo doutrinário permanecer sujeito aos pontos de vista dos principiantes que mal o conhecem com profundidade. Destarte, todo cuidado é pouco com as idéias pessoais.


SUGESTÕES
  1. Procure abordar os temas com criatividade e versatilidade - há temas conhecidos e cansativamente comentados, para os quais o expositor não poderá dispensar a criatividade e versatilidade caso contrário sua palestra será desinteressante e repetitiva.
  2. Procure textos pouco lembrados ou inéditos, para citações - ex.: “Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo”, já está muito repetida, podemos citar a Primeira Epístola de João ca. 2 v. 7, “Amados, amemo-nos uns aos outros, porque o amor precede de Deus e todo aquele que ama é nascido de Deus, e conhece a Deus. Aquele que não ama não conhece a Deus, pois Deus é amor”.
  3. Nos comentários sobre temas comuns busque ensinos novos - Ex.: “Vinde a mim todos vós que estais aflitos e sobrecarregados” - Há dois tipos de sofredores - os aflitos e sobrecarregados - aflitos- sofrem espiritualmente ( dores morais, decepções, tristeza) ; sobrecarregados sofrem materialmente ( dores físicas, doenças pobreza, aleijumes, etc).
  4. Traga os ensinamentos para situações práticas e objetivas - Ex.: a caridade pode ser praticada nos menores gestos: um abraço, um aperto de mão, uma frase otimista.
  5. Cite episódios da vida de homens ilustres, que exemplifiquem o ensino comentado- Ex. usar a morte de Sócrates para uma exposição a respeito da morte.
  6. Adicione aos comentários histórias, lendas fatos históricos - Ex.: usar Humberto de campos, Néio Lúcio, etc, mas não use demais para não cansar a platéia.
EM TUDO, BUSQUE A SÍNTESE
“A síntese é a alma da verdade. Prolixidade não significa lógica”(Palavras do Infinito- FCX - Humberto de Campos, pag. 82) . Ao escrever, faça-o como se telegrafasse. Verifique se cada vocábulo tem sentido especifico e utilidade certificada, ante as idéias a serem expressas. Suprima adjetivos, economize substantivos e verbos, evite floreios. Prefira as frases curtas e diretas. Entre os encarnados observe o estilo de Graciliano Ramos. Entre os desencarnados faça o mesmo com Emmanuel e André Luiz, sobretudo nos pequenos textos.
Formular a Idéia Mãe
IDÉIA MÃE - é um pensamento único, expresso numa frase simples clara e, se possível direta que resuma a ess6encia do que se quer provar ou demonstrar através da palestra inteira. Em torno dela e/ou em direção a ela se encaminharão todos os assuntos e ilustrações.
IMPORTANTE - A idéia mãe não deve ser confundida com o TEMA que é o assunto da palestra. A idéia mãe é a definição, objetivo especifico dentro do tema. Um único tema poder ter várias idéias mães; alias, tantas quantas forem as abordagens possíveis a este tema.
Tema: Obsessão
1a. Sugestão de Palestra
IDÉIA MÃE - A cura da obsessão está ligada à evangelização do obsidiado
SUGESTÃO DE ASSUNTOS : falar sobre- processo de sintonia, estudo edificante, prática do bem, oração mudam a freqüência vibratória.
2a. Sugestão de Palestra
IDÉIA MÃE - O obsessor é um irmão desencarnado em desequilíbrio, a quem devemos auxiliar.
SUGESTÃO DE ASSUNTOS - falar sobre dramas aflitivos de existências anteriores, a triste condição espiritual de quem se vinga, a oração e nosso esforço em melhorar podem sensibilizá-lo e então o ódio se converte em perdão e fraternidade.

Estrutura da Uma Exposição
Toda comunicação oral ( aula, discurso, conferencia, etc.), para se completa, deve possuir:
INÍCIO - MEIO - FIM
A exposição, assim, pode ser dividida em tres partes:
  1. Introdução - (início)
Trata-se da abertura, da preparação, onde se inclui a saudação e, se for o caso, das explicações sobre a natureza do trabalho, do tema e assim por diante.
  1. Exposição - (meio)
Onde se aborda tudo sobre o assunto em foco. É o desenvolvimento do tema propriamente dito.
  1. Conclusão - (fim)
É o encerramento, onde a idéia central é realçada para ser fixada pelo público.
Tratando-se de divulgação da Doutrina Espírita, recomenda-se ainda a observação de que a exposição deve ser:
- Simples, Objetiva, Dinâmica e, sobretudo, Útil.

A PALESTRA DEVE SER PREPARADA A PARTIR DA APRESENTAÇÃO
Apresentação
  1. Pontos principais
Enumere de 2 a 5 tópicos. Muitos ouvintes não conseguem lembrar-se de mais de 5 tópicos. Se você apresentar apenas um, estará baseando toda a sua exposição em apenas uma tentativa e, se os ouvintes não aceitarem, rejeitarão seu discurso.
  1. Ordenação lógica
Dispor os pontos na ordem mais lógica para os ouvintes aceitarem suas idéias e lembrarem-se delas.
A lógica é a forma de raciocínio que conduz ao conhecimento da verdade. Facilita, organiza e dá coerência às idéias.
O SEU RACIOCÍNIO PRECISA SER CONSISTENTE
Seu objetivo será levar o ouvinte a migrar de um possível estado mental de ignorância parcial ou total do assunto, para um estado mental de dúvida, onde de possa adquirir mais informações, embora não tenha ainda conseguido processar os dados; ou para um estado mental de certeza, que consiste na firme convicção, baseada em elementos sólidos de raciocínio e/ou de experimentação.
Método
Indica o que fazer. Conjunto de etapas e processos a serem vencidos ordenadamente na investigação dos fatos ou na procura da verdade.
Técnica
Indica como fazer. Conjunto de procedimentos peculiares a cada etapa do método, que apresenta uma forma mais hábil, segura e perfeita de se realizar algo.
Análise
E um processo metódico de tratamento do objeto em estudo, que decompõe ou desdobra o todo em partes, ou em seus elementos constituintes, passando a estudar esses elementos, visando conhecer a totalidade.
O Seu Raciocínio Precisa Ser Consistente
Raciocínio Dedutivo
Parte do conhecido para o desconhecido. Consiste em tirar uma verdade particular de uma verdade geral na qual está implícita. Parte de premissas gerais (que se pressupõe verdadeira), para chegar ao particular. Seu argumento lógico é que um fato geral encerra em si a explicação de outro semelhante, porém menos geral. Aceita as premissas, a conclusão dos particulares tende a ser acatada. Existe o risco de se chegar a conclusões falsas, veja o segundo exemplo.
Exemplo 1:
Todo mamífero é vertebrado.
Todo homem é mamífero.
Todo homem é vertebrado.
Exemplo 2:
Se você está no Brasil, está na América do sul.
Você está na América do sul.
Logo, você está no Brasil.


O Seu Raciocínio Precisa Ser Bem Construído
Raciocínio Indutivo
Parte do particular (conhecido), para o mais geral (desconhecido). É um processo de raciocínio inverso ao dedutivo. A indução científica (adotada por Kardec), parte da análise do fenômeno para se chegar a uma lei geral. Observa, experimenta, descobre as causas e testa a universalidade da lei.
A ciência oficial ainda não aceitou a ciência espírita, pelo fato desta ter utilizado um sentido (mediúnico) não reconhecido, em suas pesquisas cientificas.
E mais comum o uso do raciocínio indutivo
O homem tende atirar conclusões gerais para alguns fatos observados, muitas vezes generalizando características investigadas de modo superficial ou insatisfatório.
O exemplo número dois retrata que não há forma de raciocínio infalível, qualquer técnica pode também levar ao erro, por isso, é preciso sempre muita atenção, discernimento e bom senso.
Pode ser sintetizado nas seguintes etapas :
    1. Observação do fenômeno.
    2. Análise dos elementos constituintes.
    3. Indução de hipótese.
    4. Verificação da veracidade das hipóteses.
    5. Elaboração de lei ou padrão.
Exemplo 1:
Pedro é mortal.
Antônio é mortal.
Roberto é mortal.
Logo, todos os homens são mortais.
Exemplo 2:
Mário é japonês e dirige mal.
Toshio e Ikeda também dirigem mal.
Todos os japoneses dirigem mal.
  1. Sustentação
Escolha seu ponto principal e use de alguma das técnicas abaixo, para : PROVAR, ESCLARECER, TORNAR MEMORÁVEL, ou AUMENTAR O INTERESSE PELA PALESTRA.
    1. exemplos
    2. citações
    3. estatísticas
    4. histórias
    5. definições
    6. comparações
    7. meios auxiliares audiovisuais
  1. refutação
Consiste na defesa de possíveis objeções expressas ou não pelos ouvintes
O momento de refutar será:
    • imediatamente, se a objeção for para um argumento específico;
    • logo após a idéia ser apresentada, se a objeção for para todos os argumentos ou um grande número deles;
    • desde o princípio do discurso, se soubermos que inevitavelmente haverá objeções.
As formas de refutar são:
    • pela negativa das afirmações feitas sem provas
    • pela defesa dos argumentos, contestando as provas contrárias.
Dependendo da qualidade dos argumentos, a refutação deverá obedecer os seguintes critérios:
    • se todos forem fracos , deverão ser refutados isoladamente
    • se todos forem fortes, deverão ser refutados ao mesmo tempo
    • se tiverem qualidade diferente, o mais forte deverá ser refutado no início e o mais fraco no final.
Introdução
Faz parte da introdução o vocativo, que é o cumprimento ao público, uma forma educada de nos dirigirmos à platéia, chamando sua atenção para nossa presença.
  1. Captar a atenção
Fazer uma pergunta. (Ex. : Por que a água apaga o fogo ?)
Tema: Água fluidificada.
Enunciar um fato surpreendente. (Ex. Em Guarulhos há espiritas.)
Contar uma piada (relacionada com o tema).
Apresentar uma citação (Os ouvintes gostam de saber o que os outros falaram sobre o tema de sua palestra. Nos livros espiritas, existem uma infinidade de assuntos para serem usados em citações. )
Apresentar- uma ilustração, um cartaz (Usar um recurso -mostrar um objeto ou um animal relacionada ao tema, etc. começar com uma música sobre o tema, etc.)
  1. Resumo do que vai dizer
Aqui você deve mencionar o ponto principal de sua palestra para "colocar" na cabeça os ouvintes.
    • Esta noite vou falar sobre...
    • Meu ponto essencial é este...
    • Meu assunto desta noite é...
São consideradas inadequadas as introduções:
    • que não tenham relação com o assunto
    • que não sirvam para conquistar o público
    • que sejam muito previsíveis
    • que coloquem em risco a estabilidade e a segurança do orador diante dos ouvintes
Nas introduções devemos evitar:
    • fazer perguntas quando não desejamos respostas
    • pedir desculpas ao auditório
    • tomar partido sobre assuntos polêmicos ou controvertidos
    • começar com palavras inconsistentes
    • usar chavões ou frases feitas
    • criar expectativas que não possam ser cumpridas
    • mencionar acontecimentos que incomodam o público, sem condições de resolvermos o problema
    • explicar a falta de tempo para expor o que desejamos
    • ser muito previsíveis
Conclusão
  1. Recapitulação
Na recapitulação, contamos, numa frase ou em duas, a essência do conteúdo que acabamos de apresentar.
Poderá ser suprimida se a linha de argumentação for simples e curta.
No epílogo, as palavras devem ser dirigidas mais para o SENTIMENTO que para a RAZÃO. É o momento mais apropriado para o uso da emoção.
Podemos encerrar as apresentações de duas maneiras:
    • aumentando a velocidade e a intensidade da fala;
    • diminuindo a intensidade e a velocidade da fala.
    • E então, permita-me resumir..,
    • Agora, permitam-me reiterar meus 3 pontos principais,..
    • Porém, o que aprendemos hoje.,.
    • Em resumo ... etc.
  1. Afirmação Memorável
Deve ser breve, porém memorável.
    1. Você pode empregar qualquer técnica usada na captação da atenção.
    2. Se usou estatísticas, poderá projetar numa tela.
    3. Convoque para ação: a primeira coisa a fazer amanhã é ler "O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO"
    4. Contar uma anedota, "causo", etc.
Obs.: Você chegou ao fim, não se dcsculpe, não diga que você esqueceu algum tópico, não prolongue o assunto etc,
Alguns cuidados especiais devem ser tomados na conclusão:
    • Evitar palavras hesitantes ou frases inconsistentes, como por exemplo: “era isso o que eu tinha para dizer. Muito obrigado”.
    • Não ficar parado diante do público esperando que os aplausos cessem.
    • Não revelar seus sentimentos negativos sobre a sua performance.
    • Programar a sua saída para não ficar parado na frente do público, sem saber para onde ir.
    • Utilizar expressões como “Assim sendo...”, “Desta forma...”, se a conclusão foi fraca e sem vibração, pois darão abertura para um novo encerramento com condições de resgatar a emoção aproveitada.
A Retórica e a Eloqüência
O QUE É RETÓRICA?
" Segundo Platão é a arte de dirigir mentes "
É a teoria da eloqüência. Conjunto de regras que objetiva tomar uma fala mais clara e convincente.
Desde o tempo da Grécia antiga, a retórica está dividida em três partes:
  1. Elaborar e estudar os argumentos e provas a desenvolver;
  2. Estabelecer a ordem das idéias e argumentos;
  3. Determinar a melhor maneira de expor clara c objetivamente. Interligar os assuntos, evidenciar a argumentação, fortalecendo a idéia central que se deseja transmitir.
O QUE É A ELOQÜÊNCIA?
É a arte de persuadir, de convencer pela palavra. É um relato natural que deve ser desenvolvido, pois todos o possuem cm graus diferentes.
Todos já apresentaram um assunto numa roda de amigos, obtendo num determinado momento, a total atenção por parte dos ouvintes. Isso é a eloqüência. Não é apenas unta questão de boa fluência verbal. E um
complexo de fatoras que intervêm, variando de acordo com o expositor, o tema, o objetivo, o local, o público c o momento.
Todos devem procurar alcançar alguns segundos de eloqüência, principalmente no final do discurso (exortação).
Para isso, basta apenas se preparar.
OS RECURSOS VISUAIS MAIS IMPORTANTES SÃO
  • Quadro-de-giz e quadro branco
Com a grande vantagens de serem recursos espontâneos e creditarem autoridade ao orador, apresentam apenas o incoveniente) de serem restritos a pequenos auditórios e consumirem muito tempo da apresentação.
  • Cartaz
Fácil de ser confeccionado a partir de grandes folhas de cartolina, papelão ou outro material semelhante, em que se montam os visuais, tais como frases, esquemas e gráficos.
É um recurso durável, econômico e fácil de ser transportado. seu uso é limitado a pequenos auditórios.
  • Flip chart
Constituído de um bloco de folhas preso na extremidade superior, apoiado numa estrutura sobre um cavalete.
É um recurso econômico que permite espotaneidade, credita autoridade ao orador e pode ser usado em várias apresentações com o mesmo visual. Seu uso é limitado a pequenos auditórios devido às .suas reduzidas dimensões.
  • Folheto
Os folhetos são papéis impressos com informações sobre o conteúdo da apresentação.
É preciso verificar sempre se os folhetos foram produzidos em número suficiente para todos os ouvintes, ver a qualidade do material e decidir sobre o momento mais apropriado para sua distribuição; em geral, o mais indicado é no final.
  • Retroprojetor
É um aparelho prático e excelente como recurso visual. Os mais modernos são leves, fáceis de serem tramsportados, silenciosos, de linhas bonitas e harminiosoas.
É preciso dominar com segurança seu mecanismo de funcionamento para não ter dúvidas diante do público. Pode ser usado com sala iluminada, é adaptável a qualquer ambiente, facilita o contato visual do orador com o público e permite o uso de técnicas como a revelação e sobreposição.
Pelo preço elevado só pode ser adquirido se o custo/benefício mostrar-se vantajoso.
CONSELHO FINAL
É possível usar múltiplos recursos visuais ao mesmo tempo e conseguir ótimos resultados, mas tenha em mente que, quanto mais numerosos forem eles, maior será o custo e a possibilidade de erro.
Antes de usar “novidades” que aparecem todos os dias no mercado, tenha bastante cuidado.







ROTEIRO PARA MONTAGEM DE UMA EXPOSIÇÃO


Título da Palestra:
Idéia Central:
Etmologia da palavra: (opcional)
Conceito e definição:  (opcional)
Introdução ou Resumo histórico:  (opcional)
Recordar algo anterior:  (opcional)
Tópicos do Tema:


Esta parte, Contendo a introdução do discurso, objetiva "ganhar a simpatia do público para o assunto do discurso". Parte relativamente breve e  há de ater-se imediatamente ao tema em questão e observar "a harmônica concordância de todos os elementos que compõem o discurso ou guardam alguma relação com ele
1º) enunciado do tema ou assunto
2º) a enumeração das partes que totalizam o discurso e, portanto, assinalam o caminho a seguir pelo orador.


  
Desenvolvimento:

Quanto ao desenvolvimento, bifurca-se em narração e argumentação.
  • NARRAÇÃO
o orador seleciona os fatos que convém à sua causa e focaliza-os da perspectiva que mais lhe favorece o intento, emprestando relevo a alguns e minimizando outros, de acordo com o interesse do momento.
  • ARGUMENTAÇÃO
É a parte nuclear e decisiva do discurso. Para exercer seu efeito no conjunto do discurso, a argumentação deve conter uma ou mais provas calcadas no raciocínio e no princípio da dedução. A argumentação pode conter exemplo, ou melhor, prova trazida de fora.



  
Resumo do que foi dito:
Conclusão ou Apelo à ação:
Frase de efeito:
Bibliografia: 
Despedida:

1ª) A recapitulação, mediante a qual o orador "refresca a memória" da audiência,
2ª) A afetividade, que é a última oportunidade de dispor o ao público em sentido favorável à nossa causa e de influir nele em sentido desfavorável à parte contrária.
Importante que esta parte sem bem breve, para não dispersar a idéia.


Fonte: Site da Fergs